Estiquei-me mas correu bem !
Runner Wannabe
Lá me estiquei... e participei na Mini Maratona Vodafone...mas a caminhar...
Foi oficialmente a primeira vez que participei em qualquer coisa deste género. A vontade de ir e não querer decepcionar A já eram uma só coisa, indistinta. Foi bom ter conseguido concluir a missão!
Festança, boa disposição e atletas de todos os naipes competitivos, povoaram e reinaram o asfalto - motivo pelo qual não me senti minimamente excluída, apesar de coxa. :) Tivesse havido uma equipa de “Caracóis Mancos” e lá estaria nas suas fileiras! Mas não havia, na realidade estavamos espalhados por toda a malha humana que compôs o mar de atletas que atravessou a Ponte e chegou a Belém...ok, na chegada a Belém concentramo-nos mais...hmmmm.... no último quarto do vasto batalhão de pernas e corações saltitantes - que de súbito me fizeram lembrar de papoilas...e desde já um agradecimento às gentes Sadinas!
A aguardar o "tiro" de partida.
Boa disposição, pão, vinho, chouriço, torresmos e até mesmo aguardente!
Esta trupe de corredores-piqueniqueiros-com-cabeleiras-de-palhaços e cheios de boa disposição, ofereciam à malta da Meia - que do outro lado da grelha, aquecia - só coisinhas boas! Ainda gostava de saber como correu a prova ao Japonês que aceitou torresmos e chouriço assado, ou como terão sido os primeiros quilómetros do atleta que pensando tratar-se de água, fez um penalti quase de meio copo de aguardente!
É uma casa portuguesa, com certeza!
A. esteve bem disposto e igual a si mesmo, agitado, energético, de sorriso rasgado e...correu quase toda a prova! Pois é, foi um bravo e pelas minhas contas correu cerca de 6km! Para além da medalha de finisher que recebeu da organização, recebeu de mim o calduço parabenizador – e costumeiro - que na nossa linguagem quer dizer, “boa puto!”. Passámos boa parte do tempo na galhofa, mas percorridos alguns metros da ponte, o puto descolou e só o voltei a encontrar...ao almoço! Não, não foi sozinho, foi com o seu pai, que não sendo corredor - nem amador - mostrou potencial! :)
O meu resumo é simples.
O plano foi sempre caminhar, e devo dizer que foi cumprido com exactidão milimétrica - o que não significa que não tenha sido fustigada, emocionalmente, pelos ventos laterais das gazelas que corriam! “Para a próxima...” repetia este “mantra”, sempre que era acometida pela tentação de correr - nem que fossem só alguns metros. Ainda bem que não cedi, porque a meio da ponte o tornozelo começou a queixar-se, nada que a diminuição do ritmo não tivesse resolvido. O pior foi quando tive de voltar a reduzir o ritmo lá para o final da ponte... temi que fosse o canto do cisne, mas a verdade é que me estava a meter a jeito de algo me acontecer! Lá me aguentei o resto do percurso e na chegada a Belém já não sentia qualquer sinal de dor (oh yeah!!!)
Em ritmo de passeio, estive do lado certo da barricada e fiquei muito, muito contente por ter cortado a linha de chegada com um tempo de 1hora e quase 45 min (não é preciso aplaudir!). Devo dizer contudo, que acho ter sido penalizada! Devia receber uma bonificação, pois a linha de chegada foi cortada a fintar os outros finishers que tamponavam a zona com poses – mais ou menos fotogénicas - emolduradas pela meta e pelo cronómetro da corrida!
Entendo, mas se estivesse a tentar fazer algum tempo, tinha abalroado alguém!
Fica o aviso feito, camarada corredor! ;)
Seguiu-se a hidratação, o reforço de açucar (obrigado Olá!), prevenção de hipotermia (como se não estivesse calor) e a "esperada" consagração, através da cerimónia de entrega de medalhas - voluntários a distribuir medalhas, como se não houvesse amanhã! A despachar, a despachar!!!
Uma caminhada ainda mais lenta, levou-me até ao CCB (local de encontro com os amigos e seus amigos), enquanto me lambuzava com gelado e via a relva subtituida por rostos ruborizados, sorrisos, alguns princípios de empenos e só um, somente um atleta a fazer alongamentos...depois não querem!
Uma ilustração próxima do estado em que cheguei ao CCB. A espalhar charme desde a década de 70.
Tornozelo continuava sem doer! Mas ainda estava quente, né?
Depois de passar 1 hora sentada -durante o almoço – recebo uma chamada e de forma muito automática - e mais ou menos educada - levantei-me da mesa para atender e não incomodar o pessoal. Só quando do outro da linha me perguntaram como estava, é que percebi, que apesar do pé já ter arrefecido, não havia dor! (yessss!). Não pulei, nem corri de contente – não é que não tivesse vontade – mas fiquei-me pela satisfação de estar melhor do que imaginava....ao ponto de pensar “vai na volta, o que o tornozelo já estava a precisar... era de carga!” (mais alguém nota o perigo que ensopa esta frase, ou sou só eu?).
De regresso a casa, fiz tratamento de mimo ao tornozelo-que-se-portou-bem, sem desprimor do seu congénere da direita- não quero ser injusta contigo, tornozelo direito, tens amparado muito bem o mano! Após banho, uma merecida massagem e nada de abusos durante o resto do dia. Hoje não sinto qualquer tipo de sequela, aliás sinto-o mais forte que nos dias anteriores....estarei a alucinar, demasiado cedo para lançar foguetes?
Pronto é isto! Estive onde queria, com quem queria, a dar o máximo que podia. Foi uma manhã muito divertida e bem passada! Para o ano há mais, assim espero, de preferência sem estar limitada! :)